segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Para entender o Cordel


Inicialmente, podemos afirmar que Cordel pode ser considerado como uma poesia narrativa, impressa e popular, conforme definem alguns estudiosos. Trata-se de uma poesia que só se manifesta através da escrita. Até porque sua característica mais prática e popular está na forma de expor - que lhe deu o nome - folhetos pendurados em cordéis. Existem rimas feitas de improviso que se assemelham aos poemas de cordel, porém aí já ganham outra conotação: a embolada e outros repentes são exemplos.
Desde o século XV há registros de folhetos na Alemanha, no séc. XVII na Holanda e Portugal, em forma de "folhas volantes" ou "folhas soltas". Os estudiosos apresentam comprovações desta origem para o cordel. Ele tem uma importância muito grande para a nossa cultura, pois estimula o dom natural daqueles que fazem rimas populares.
A internet pode ser utilizada como meio de projetar e dar uma divulgação maior aos cordéis. A única preocupação é manter a forma de rima, a linguagem e a origem. Nesse sentido, recomendamos a leitura do cordel "a peleja do cordel da feira com a internet".

Características fundamentais

Para uma poesia ser considerada Literatura de Cordel, as características fundamentais são simplicidade, através do uso de termos compreensíveis, sem necessariamente compor um texto forçado; relato, considerando que a poesia de cordel deve conter uma história; e rima, dentro daqueles estilos tradicionais.

Estaria havendo elitização?

Acreditamos que não esteja havendo elitização do poema de cordel. O que pode estar havendo é a utilização do poema de cordel em lugares onde anteriormente não era considerado normal ele chegar.

Cordel na Universidade

Acreditamos que está aumentando a preocupação com o estudo do cordel nas universidades.

Cordel não está morrendo

Felizmente o cordel continua cada vez mais saudável. Talvez esteja tomando uma nova roupagem ou contextualização, em decorrência do avanço dos recursos gráficos. Nada impede que o cordel seja impresso em off-set ou em impressoras de tinta e laser. Mas a impressão que sempre se teve é que cordel saía sempre da tipografia.

Cordel urbano e elitista

Quando o cordel é estudado, ele é visto sempre como algo do alto da caatinga, para lembrar o saudoso Henfil. O que seriam os poetas urbanos e elitistas? Veja bem. Um bacharel em direito, jornalista profissional, mora numa capital - Natal. Sabem onde ficou o seu passado? Sua infância foi vivida no município de Mata Grande, alto sertão de Alagoas, entre quatro serras. Ali conviveu com carros de boi, assistiu a casamentos na roça, presenciou velórios com inselença, lamparina, candeeiro, fumo de rolo, forró, tudo que tem a ver com maturo ele viveu. Aliado a isso, sempre gostou de fazer rima e até repentes. Mas cresceu e a profissão do seu pai, funcionário do Ministério da Saúde, levou-o de caminhão até Arco-Verde – Pernambuco e de trem para Natal. Nunca perdeu contato com o interior. No seu site tem uma página dedicada a Mata Grande. Será que ele só teria direito de ser cordelista até enquanto morava em Mata Grande, já que foi para um centro urbano? Será que deixou de ser poeta obrigatoriamente por ter escolhido a profissão de jornalista e ter estudado Direito?

Há um site dedicado ao tema. Nele, há vários exemplos e explicações. O link é: http://www.rnsites.com.br/cordeis.htm

Na foto acima, vemos crianças de uma escola da cidade de Pederneiras (SP) que participaram do projeto “Poemas de Cordel”, elas desenvolveram rimas e poemas dando enfoque ao que elas mais ouvem: Eleições e Olimpíadas da época.



Postado por Cibelle Zanetti

Um comentário:

  1. Muito interessante, afinal fiz um trabalho de projeto com o cordel e me identifiquei muito. MUITO BOOOOOM!!!!!!!!!

    Patricia G.

    ResponderExcluir